Quantos sou eu?
Quantos sou eu nesta dimensão?
Um, dois, três, mil, um milhão?
Incertezas que afligem o pensamento.
Qual EU dos meus EUs sou EU, no momento?
O EU maquiado, quase sempre elegante,
Face serena, olhar confiante,
Atento a tudo, ligado na vida,
Fala calma, atitude polida?
O EU sorrateiro, obscuro e arredio,
Que no escuro dos erros transita vadio,
Escondendo os defeitos que assumiu no caminho,
E no fundo da alma vive sozinho?
O EU submerso, que de mim mesmo é ausente,
Que eu desconheço pois não se faz presente,
Que se desnuda a muitos, sem nenhum pudor,
E que de dentro me olha, questionador?
O EU intangível, do fundo do ser,
Sem controle, sem rumo, sem obedecer,
Impávido, feroz e pronto a emergir,
Quando os outros EUs decidem dormir?
Quantos sou eu nesta dimensão?
Um, dois, três, mil, um milhão?
Incerteza que deixa meus neurônios em nó.
Não sei quantos sou, não sou um só.
Luis Renato da Silveira Costa
Enviado por Luis Renato da Silveira Costa em 18/04/2024