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Luís Renato S. Costa
Sou mais presente na ausência.
Textos
Vida, açoite, bálsamo (da série ¨Cartas que nunca enviei¨ - 1970)
Sem nada exigir, a você eu dei bem mais do que podia,  
E alguns dos seus sonhos, sem pressa e em calmaria, enfim, realizei.
As pedras do caminho, que feriram nossos pés, nos afastaram um dia.
E ao me voltar para trás, não vejo mais a estrada, não sei por onde andei.

O tempo, fugidio, feroz e incontrolável, muito depressa andou,
Levou, em tortuoso rastro, a nuvem de fumaça que escondeu o chão.
Sumiram os atalhos, os becos, as pegadas, a luz se apagou,
E como um vendaval, jogou para bem longe um débil coração.

Coração que ainda oscila entre o hoje e o passado,
Buscando inutilmente fragmentos e impressões que lhe dê identidade,
Que lhe dê um novo rosto, que lhe dê um novo nome, que o faça reviver.

Pois o que lhe resta, ao final desta viagem feita em mapa mal traçad
Luis Renato da Silveira Costa
Enviado por Luis Renato da Silveira Costa em 25/04/2024